Hannah Arendt e o totalitarismo como forma de governo apoiada na ralé e nas massas

Investigação Filosófica 11 (1):39 (2020)
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Abstract

Em _Origens do Totalitarismo_, Hannah Arendt faz uma caracterização do totalitarismo como uma forma de governo inédita, fincada em duas novas camadas sociais, a ralé e as massas. Sua descrição do totalitarismo é realizada a partir de uma diferenciação com a tirania. Este trabalho buscou observar como o surgimento dos supracitados grupos sociais permitiram o surgimento dessa nova forma de governo. Vimos que a definição dela de povo diferencia-se da tradicional, quando afirma ser o povo diretamente relacionado à busca de um sistema verdadeiramente representativo. Esta diferenciação é realizada em relação a dois grupos sociais, a ralé, que é composta do refugo da sociedade capitalista, dos _declassés_, daqueles que não encontram representação no sistema político, e que é também subproduto da burguesia, não se desligando desta, e as massas, que são formadas pelas pessoas desarticuladas e isoladas, neutras, indiferentes politicamente, atomizadas, supérfluas, resultantes de um mundo destruído. Para a autora, o totalitarismo emerge quando líderes da ralé passam a ser a força motriz das massas. O totalitarismo é mostrado como o criador de um simulacro da realidade, que aproveitou-se do esvaziamento do espaço público, começando a diferenciar-se da tirania pelo terror pós-eliminação da oposição, pelo líder ser parte da engrenagem e instrumento de desresponsabilização, por não se separar da propaganda, por seu amorfismo e pelo fato do campo de concentração ser o espelho e a miniatura da sociedade almejada.

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