Abstract
A partir da crítica a um modelo de mobilidade, próprio ao modo de vida nas sociedades capitalistas contemporâneas, baseado na ideia de avanço contínuo, autoengendrado e objetivamente orientado, propomos a reflexão a respeito de uma forma alternativa de expressão do movimento e, consequentemente, de construção de subjetividades. Através da análise da técnica de dança Contato Improvisação, buscamos identificar e analisar os elementos que contribuem para a experiência concreta de uma mobilidade sem metas, que também leva a outra maneira de nos entendermos como sujeito e nos relacionarmos com o mundo e as coisas a nossa volta. O improviso nos coloca diante de uma mobilidade sem orientação, que abre espaço para a imprevisibilidade. Já o contato nos estimula a mobilizar uma relação com o mundo que enfatiza a aproximação e vulnerabilidade no lugar do distanciamento e da autonomia individual.