Abstract
O presente artigo visa tratar do “novo materialismo” na filosofia de Karl Marx após 1845, com a produção das chamadas _Teses ad Feuerbach_. Nesse sentido, buscaremos expor essa nova concepção filosófica através da reformulação da relação sujeito-objeto levada a cabo por Marx, que levou o autor a uma noção crítica de ciência, distinta daquela que vigorava no pensamento europeu e posteriormente caracterizada como tradicional, bem como da crítica da metafísica da economia política. A partir dessas críticas, a concepção marxiana se apresenta como uma continuação da chamada _deutsch Wissenschaft_, uma ciência filosófica, influenciada desde Hegel, que agora coloca o modo de produção capitalista como objeto crítico que constitui uma essência histórica específica e que deve ser conhecida enquanto tomada de consciência de si e por si apontando para a necessidade de rompimento com uma atividade científica instrumentalizada pelas necessidades do desenvolvimento das relações de produção e da valorização da riqueza capitalistas. Nesse sentido, a filosofia marxiana, tendo a negatividade como motor da razão, fundamenta uma teoria crítica e revolucionária da sociedade capitalista e reivindica uma práxis emancipadora e emancipada dos interesses e finalidades da produção capitalista estrita.