Abstract
O cerne desse artigo remete à instauração de um dispositivo de acolhimento e escuta de orientação psicanalítica numa instituição educacional pública de nível superior. Sustentamos a práxis em uma experiência político-clínica de acolhimento na Universidade, salientando sua função terapêutica como forma de resistência coletiva a um modus operandi absolutamente individualista. Cada investida neoliberal em nossa sociedade é capaz de produzir engendramentos subjetivos da pulsão de morte, resultando em sofrimento e adoecimento na medida em que o sujeito é abandonado à própria sorte, desamparado, num tecido social que se esgarça. Para fazer face a tamanho desalento, recorremos a um projeto de extensão, delineado enquanto um dispositivo de escuta psicanalítica gratuita, no seio da Universidade Pública, oferecido à comunidade acadêmica, a educadores e, principalmente, a jovens estudantes em estado de intenso sofrimento psíquico.