Abstract
O texto apresenta a apropriação feita pela extrema-direita brasileira ao redor da obra de George Orweel, em especial, de '1984' e 'Animal Farm'. Argumentamos que a adjudicação 'conservadora' é inadequada para tal apropriação. Os intelectuais e editoriais implicados na circulação atual de Orwell nas redes bolsonaristas permite ver como clássicos do pensamento conservador ocidental são aqui canonizados em chave, mais que conservadora, reacionária. Além disso, o duelo de distopias empunhados pelos ideólogos da extrema-direita dá também acesso a uma indústria cultural, na qual um sem-fim de produtos culturais são vendidos para forjar e cativar uma plateia potencial reacionária.