Conflitos sociais, moralidade e justiça

Ethic@ - An International Journal for Moral Philosophy 14 (1):13-35 (2015)
  Copy   BIBTEX

Abstract

Este artigo apresenta a teoria da justiça desenvolvida por Axel Honneth, situando-a como continuação das formulações da Teoria Crítica em direção à solução da falha marxiana em identificar o potencial emancipador das questões de justiça, problema diagnosticado pelos primeiros teóricos críticos, porém não solucionado pelos mesmos. Procuro mostrar como Honneth se filia às inspirações emancipatórias da teoria marxista enquanto teórico crítico, ao mesmo tempo em que busca o aprofundamento da noção de conflitos sociais ancorada na teoria de Georg Wilhelm Friedrich Hegel. Honneth problematiza a interação social relacionando-as com os objetivos dos movimentos em defesa da identidade, enquanto questionamentos sobre injustiças culturais e seus desdobramentos materiais. O vazio a teórico a respeito da relação entre natureza moral dos conflitos sociais e a distribuição material seria o principal entrave à reflexão sobre a origem e a solução para injustiças sociais. Apesar de tomar os sentimentos e questionamentos morais embutidos nas lutas por reconhecimento como ponto de partida da sua teoria social, Honneth não se limita a eles, elencando os aspectos de caráter empírico e pós-metafísicos de outros autores no intuito de formular uma teoria da justiça crítica e emancipatória. O filósofo argumenta que a consciência do significado de reconhecimento nesses termos implica um “desafio premente às democracias”. A teoria do reconhecimento como questão de justiça se constrói ao mesmo tempo numa perspectiva comunitária e crítica ao deontologismo kantiano, aderindo aos seus objetivos formais e universalizáveis. Ao longo do artigo é mantida a defesa de que os valores morais são inseparáveis da forma como as sociedades se estruturam, tal como mostra a tese honnethiana de justiça. Entretanto, procuro mostrar que a hipótese da geração exclusiva das injustiças sociais na esfera da cultura é ao mesmo tempo uma tese questionável e contraproducente para os objetivos emancipatórios estabelecidos pelo próprio Axel Honneth.

Links

PhilArchive



    Upload a copy of this work     Papers currently archived: 92,574

External links

Setup an account with your affiliations in order to access resources via your University's proxy server

Through your library

Similar books and articles

Axel Honneth e a virada afetiva na teoria crítica.Campello Filipe - 2017 - Conjectura: Filosofia E Educação 22 (Espec):104-126.
Uma Teoria Político-Jurídico-Social em Rawls.Helysson Assunção França - 2016 - Revista Opinião Filosófica 7 (2):222-240.
Contorno e limites do conceito do social em Axel Honneth.Luiz Philipe de Caux - 2015 - Revista de Filosofia Moderna E Contemporânea 3 (1):28-48.
Reificação e reconhecimento: um estudo a partir da teoria crítica da sociedade de Axel Honneth.Rúrion Melo - 2010 - Ethic@ - An International Journal for Moral Philosophy 9 (2):231-245.
Justiça, liberdades básicas e as bases sociais do autorrespeito.Denilson Werle - 2014 - Ethic@ - An International Journal for Moral Philosophy 13 (1):74-90.

Analytics

Added to PP
2019-06-29

Downloads
6 (#1,467,817)

6 months
2 (#1,206,551)

Historical graph of downloads
How can I increase my downloads?

Citations of this work

No citations found.

Add more citations

References found in this work

No references found.

Add more references