Abstract
Em um projeto de educação para a autonomia, a noção de cidadania é importante e é dotada de significado político, tendo em vista que objetiva a formação de sujeitos autônomos, criativos e críticos, aptos ao exercício responsável de suas liberdades, bem como de suas obrigações. Nesse sentido, todo currículo é dinâmico e envolve diversos agentes sociais que partem de diferentes ideologias. Por isso mesmo, todo currículo é também um campo de disputa. No presente artigo, apresentamos uma discussão sobre as disputas envolvendo o Ensino Religioso, e advogamos por um currículo científico construído nas e pelos fundamentos epistemológicos da Ciência da Religião, como área de conhecimento que serve teórica e metodologicamente ao Ensino Religioso. Articulando um breve histórico da temática ao processo de laicidade no Brasil, tecemos uma distinção, ainda que limitada, entre religião e religiosidade, com vistas ao aprimorando e expansão da compreensão do que seja o objeto do Ensino Religioso, a saber: o fenômeno religioso. Defendemos que é através do angariamento das bases teóricas de um Ensino Religioso laico e reflexivo que se constrói um projeto de formação de estudantes criativos e autônomos, fortalecendo um modelo de educação de e para a diversidade.