Abstract
O artigo traz uma discussão acerca da utilização do conceito de identificação por Adorno. A partir disso procuramos dar ênfase para o tema da crítica e da negação da cultura possibilitadas pela apropriação da psicanálise realizada pelo autor. A aplicação do conceito permite analisar o processo de assimilação do indivíduo no capitalismo tardio. Uma vez que a cultura é transformada em mercadoria, e assim absorve o ritmo idêntico e repetitivo da produção mecanizada, que transmite aos indivíduos através dos produtos que consomem e das celebridades com as quais se identificam. Nesse contexto, cresce o sentimento de impotência individual gerado por um modelo de organização social que dissimula suas contradições a partir da identidade do indivíduo com a cultura. E revela a união entre progresso e barbárie que promove o declínio do indivíduo como foi exposto na Dialética do Esclarecimento. Como sugere Adorno, diante da irracionalidade da cultura moderna, cabe à educação a tarefa de autorreflexão crítica e de esclarecimento dos indivíduos. De maneira a convidá-los a pensar na falsa realidade em que estão inseridos e de contrapor impotência com autonomia.