Abstract
A argumentação desenvolvida no presente artigo se propõe a defender a interpretação austera do construtivismo em Kant das objeções a ela levantadas por Jeremy Schwartz (2017) em seu artigo _Was Kant a ‘Kantian Constructivist’?_. Tendo isso em vista, primeiramente, procede-se à reconstrução da interpretação de Schwartz para a distinção analítico-sintética na esfera prática a partir da caracterização por contradição e à indicação de objeções para sua aceitação. Na sequência, apresenta-se a caracterização de analiticidade por continência e como esta pode ser transposta para o caso dos imperativos sem resultar em conflitos com a interpretação austera do construtivismo. Por fim, delineiam-se considerações quanto à formalidade dos princípios constitutivos da razão prática e seu escopo, chegando à conclusão de que não se pode estabelecer uma identidade entre construtivismo austero e logicismo prático.