O duplo sem fim: a escrita em queda de Rodrigo de Souza Leão
Abstract
Rodrigo de Souza Leão tematizou em sua obra sua própria relação com a esquizofrenia, doença da qual era portador. Em uma escrita com traços fortemente autobiográficos, encontramos tanto a autoridade do testemunho como a desconfiança desta fala na contracorrente do discurso da razão. Além disso, trata-se uma escrita inserida em um “rótulo” já codificado por outros escritos de loucos, avançando junto ao público certas modalidades de recepção. No âmbito deste artigo, pretendemos problematizar a loucura como chave de leitura ao pensar a escrita como prática que desloca os limites desta categoria, em um atravessamento de vozes, que é mais de errância do que de sedimentação.