Abstract
Com este artigo, procurámos expor a dinâmica que assiste à Filosofia do Conhecimento de Francisco Vieira de Almeida (1888-1962), Professor da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa de 1915 a 1958, por um lado, apresentada como acesso privilegiado à prática filosófica, por outro, entendida como exercício de sistematização que recusa a fixação num sistema, por fim, atravessada pela intenção de promover a osmose entre o conhecimento de «tipo-filosofia» e o de «tipo-ciência», surpreendendo a gestualidade dessa ética do filosofar naquela que é tida, consensualmente, como sua obra-prima, Pontos de Referência, publicada em 1961. As sinuosidades particulares de uma tal pragmática, resistindo deliberadamente a todo o esforço de circunscrição, levaram-nos a cruzar um primeiro nível de leitura, orientado para evidenciar os traços gerais, e um segundo, ocupado com problemas de teor mais específico.