Abstract
Trata-se de refletir sobre o apagamento do nome das filósofas na narrativa canônica da Filosofia do século XVII. Essa opressão de gênero faz parte de um conjunto mais amplo de opressões derivadas da organização do capitalismo naquele momento. A chamada “querela das mulheres” (querelle des femmes), debate entre feministas e misóginos iniciado no século XV, mas reforçado no XVII, evidencia as opressões de gênero, mas deve ser posto em relação com a violência colonial que caracterizou o século XVII. A resistência contra essas violências pode ser justamente uma filosofia da violência, tal como pensada pela filósofa Elsa Dorlin.