Abstract
O objetivo deste artigo é tentarmos elucidar a extravagante tese de Wittgenstein de que todo e qualquer avanço matemático envolve alguma “mutação semântica”, ou seja, alguma alteração nos próprios significados dos termos envolvidos. Para isso, argumentaremos a favor da ideia de uma “incompatibilidade modal” entre os conceitos envolvidos, como eram antes do avanço, e o que se tornam após a obtenção do novo resultado. Também argumentaremos que a adoção dessa tese altera profundamente nossa maneira tradicional de construir a ideia de “progresso” em matemática.