Abstract

O presente ensaio apresenta, a partir de Habermas e Ratzinger, condiçõespara o uso público da razão de cidadãos religiosos. Com Habermas se expõe anecessidade da superação da cisão entre razão e religião na modernidade poruma intersubjetividade de grau superior; a sustentabilidade secular do Estadoe o papel motivacional complementar de solidariedade das comunidades deorientação axiológicas; a preservação da neutralidade do Estado e o duploprocesso de aprendizagem entre seculares e religiosos; as pressuposiçõescognitivas para o “uso público da razão” de cidadãos seculares e religiosos;o sentido de uma sociedade pós-secular. Com Ratzinger, coloca-se uma novacompreensão performativa da relação entre fé, filosofia e teologia no grandediálogo da sabedoria histórica. Uma proposta de alargamento dos horizontesda razão; e o reconhecimento do Estado secular com uma participação doscidadãos religiosos e seculares no debate intercultural, para colocar o podera serviço do direito e o direito a serviço da justiça pela formação democráticada vontade, regulada pelos direitos humanos, condições necessárias para seter em conta o bem comum para as pessoas que fazem parte da comunidadesocial. Verificam-se as pressuposições cognitivas para o uso da razão decidadãos seculares e religiosos de Habermas no pensamento de Ratzinger.The aim of this essay is to present conditions for the public use of reason amongreligious citizens, based on the Habermas and Ratzinger debate. Habermasexposes the need to overcome the scission between reason and religion inmodernity for a higher order intersubjectivity; a secular sustainability of the State and a complementary motivational role for solidarity in communitiesof an axiological orientation; the preservation of neutrality of the State andthe dual process of apprenticeship among secular and religious persons;the cognitive presuppositions for the “public use of reason” of secular andreligious citizens; and the meaning of a post-secular society. As for Ratzinger,he places himself in a new performative understanding of the relationshipbetween faith, philosophy and theology in the great dialogue on historicalwisdom, providing: a proposal to broaden the horizons of reason; and therecognition of the secular State with participation of religious and secularcitizens in intercultural debate. He speculates upon on the latter’s task toplace power at the service of the rule of law and law at the service of justiceby the democratic shaping of the will, regulated by human rights, as thenecessary conditions to keep the common good active for persons who arepart of the social community. As such, the cognitive presuppositions for theuse of reason among secular and religious citizens can be ascertained inHabermas and in Ratzinger’s thought